terça-feira, 17 de março de 2009

Futebol: Derbi madeirense acaba empatado

Último artigo do dia, porque já estou a ficar farto de tanto escrever. Ontem o Nacional-Marítimo acabou empatado a 1 golo, num jogo marcado pela lesão do árbitro Olegário Benquerença, que teve de dar lugar ao 4º árbitro madeirense Marco Ferreira.

Os dois golos foram bonitos. O primeiro foi de Juliano para o Nacional:



Mas o melhor foi o do senegalês Baba para o Marítimo, que com este já leva 10 golos marcados e é o 2º melhor marcador do campeonato. Grande remate à meia volta:



Na RTP-Madeira, os palhaços habituais do programa "Prolongamento" (uma espécie de Dia Seguinte/Jogo Falado/Trio de Ataque regional) ladraram bastante, causando grande escândalo. Pior esteve o presidente do Nacional Rui Alves que foi ao estúdio, e segundo consta quase começou à porrada mesmo com os comentadores. São as tais coisas lindas do nosso futebol.

Fórmula 1: Brawn despede-se dos testes na frente

Com tanta novidade em relação a regras, os testes de hoje passaram para segundo plano. O Brawn GP de Jenson Button foi o primeiro carro este ano a entrar no segundo 17 em Jerez, liderando a tabela com uma volta de 1:17.8. Mas a surpresa do dia foi Nico Rosberg que no Williams fez uma volta também excepcional: 1:18.0.



Eu sinceramente não achava que a Williams tivesse ainda tanta velocidade para mostrar. Quem também esteve em bom plano foi Piquet no Renault, que fez uma volta praticamente equivalente à de Alonso ontem. Hamilton fechou a tabela de tempos no McLaren, a única equipa que nesta semana ainda não conseguiu uma volta no segundo 18...

Para Brawn e Renault, foi o último dia de testes. McLaren e Williams testam amanhã, e eu julgo (não juro) que a McLaren vai ficar no circuito ainda até Quinta-Feira.

Tempos:
Pos Driver Team Time Laps
1. Button Brawn-Mercedes (B) 1:17.844 114
2. Rosberg Williams-Toyota (B) 1:18.071 66
3. Piquet Renault (B) 1:18.382 128
4. Hamilton McLaren-Mercedes (B) 1:19.121 118

WRC: Mundial com carros S2000 em 2011

Outra competição que viu o seu futuro decidido hoje pelo Conselho Mundial da FIA foi o Mundial de Ralis. No próximo ano, iremos ter os actuais WRCs e S2000s a correr lado a lado. E em 2011, o Mundial será disputado exclusivamente por S2000s.



Estava na mesa também a possibilidade de os S2000 passarem a contar com turbocompressores, mas esta proposta foi chumbada para 2011 - sendo possível que os S2000 passem a ter motores de 1.6 litros com turbocompressores em 2013. A única alteração prevista em relação aos S2000 actuais é a introdução de componentes aerodinâmicos extra para darem maior desempenho aos carros.

A mim parece-me bem. O WRC actual está num estado que até mete pena, enquanto há os mais baratos S2000s por todo o lado, com um campeonato internacional de S2000s muito bem disputado que até me traz mais interesse que o WRC (falo do IRC). Se todos os Abarths, Skodas, Peugeots e Protons do IRC passarem para o Mundial, mais os S2000 do Mundial de Produção, acho que vamos ter um Mundial muito mais interessante. Pena os carros não serem tão rápidos, mas ganha-se em competitividade.

Quem ameaçou aqui há uns tempos que podia sair dos ralis caso isto fosse em frente é o Sebastien Loeb. Por muito que eu aprecie as qualidades do Loeb como piloto, até nem era mau para a competitividade do Mundial. Ele ganha tudo e não sobra nada para os outros...

Fórmula 1: As outras regras aprovadas hoje

Não foi só o sistema de pontuação que sofreu uma reforma hoje - o Conselho Mundial da FIA decidiu-se por mais uma série de regras novas. Aqui fica um resumo das mesmas:



- Apesar de serem banidos os testes até Dezembro, foi aberta uma excepção a testes com pilotos jovens que não tenham feito mais do que 2 corridas nos últimos 2 anos. As equipas terão 3 dias para testarem novos pilotos, desde o fim do campeonato até 31 de Dezembro.

- Foram aprovados mais 8 dias de testes aerodinâmicos em linha recta para cada equipa por ano.

- Os pilotos serão obrigados a fazer sessões de autógrafos, e estarem presentes para entrevistas à TV logo após o final das sessões de treinos, logo que sejam eliminados da qualificação ou tenham abandonado a corrida. Cada equipa irá também ter um porta-voz designado para a TV.

Até aqui tudo bem, mas tinha de vir merda pelo meio:

- A FIA irá publicar o peso de cada carro no final das sessões de qualificação. Ou seja, eles continuam a baralhar completamente a grelha ao obrigarem as equipas a qualificarem-se com o combustível com que irão começar a corrida. Mas ao mesmo tempo, agora dizem-nos quem é que está pesado com combustível e quem é que não está. Então a ideia de baralhar a grelha não é para criar suspense, para não sabermos quem é que tem de ir primeiro às boxes? Não seria mais fácil acabar com esta treta toda, e termos qualificação como antigamente, todos os carros com pouco combustível, para vermos verdadeiramente quem é o mais rápido?

- A regra mais importante e mais surreal: a partir de 2010, as equipas que quiserem, irão se sujeitar a um orçamento máximo de 30 milhões de libras (33 milhões de euros). Quem se sujeitar, irá poder usar um carro mais eficiente aerodinamicamente, com asas movíveis, e com um motor sem limite de rotações nem limite de desenvolvimento.

Ou seja, a FIA quer criar duas classes de F1: a F1 dos ricos e a F1 dos pobres. Aos pobres, dá vantagens tecnológicas extra. Só há um pequeno problema, é que é absolutamente impossível gerir uma equipa de F1 com 33 milhões de euros. Os orçamentos actuais andam entre 100 e 500 milhões. Não vai haver dinheiro nem sequer para pagar ao staff, quanto mais para andar a desenvolver motores melhores. Ah, e eu também gostava de saber como é que eles vão conseguir fiscalizar o orçamento das equipas...

Fórmula 1: Novo sistema decide campeão

Surpresa hoje na reunião do WMSC (World Motor Sport Council - Conselho Mundial do Desporto Motorizado). Quando se pensava que ia ser aprovado um novo sistema de pontuação para a Fórmula 1, que tinha sido proposto pela associação de equipas FOTA (12-9-7-6-5-4-3-2-1 em vez dos actuais 10-8-6-5-4-3-2-1), eis que o Conselho Mundial decidiu optar por uma solução radical - o campeão mundial de 2009 irá ser decidido não por pontos, mas pelo piloto com mais vitórias.



Esta acaba por ser uma adaptação do sistema de "medalhas" proposto por Bernie Ecclestone. Bernie propunha um sistema em que toda a classificação do Mundial de Pilotos fosse decidido pelo maior número de vitórias, depois pelo maior número de 2ºs lugares, 3ºs, etc. O Conselho Mundial decidiu por um sistema Frankenstein em que só o campeão é decidido assim e todos os outros lugares da classificação continuarão a ser decididos pelo actual sistema de pontos. O campeonato de construtores mantêm-se decidido por pontos como actualmente.

Tenho lido muitas mensagens de adeptos de F1 profundamente irritados com a decisão. Pessoalmente, acho que a proposta da FOTA era melhor, e tenho as minhas próprias ideias sobre como deve ser o sistema de pontuação (um dia destes escrevo sobre isto...). Mas não me parece que esta decisão seja assim tão absurda. Muitas vezes chegámos ao fim do ano e temos pessoas chateadas com o facto de o campeão não ser o piloto com mais vitórias. A partir de agora, isto não é possível. Os pilotos envolvidos na luta pelo Mundial irão ser obrigados a dar o tudo por tudo para vencerem cada corrida individual, em vez de se resignarem a coleccionar pontos.

Este sistema no entanto tem desvantagens. A maior talvez seja o facto de quase obrigar as equipas a escolherem um 1º e um 2º piloto, porque ao deixarem dois pilotos repartirem vitórias entre si, diminuem muito as suas possibilidades de serem campeões (mais do que no sistema actual). Outra desvantagem na minha opinião é que temos tido tantas mudanças de regras nos últimos anos na F1, que os adeptos casuais começam a ficar baralhados, e a própria F1 começa a perder alguma identidade. Não conheço mais nenhum desporto que se reinvente a si próprio todos os anos...