sexta-feira, 6 de março de 2009

Futebol: Golão de Djalma evita derrota do Marítimo

Não tenho visto muitos jogos da liga portuguesa este ano para além dos do FC Porto, mas apanhei os últimos minutos do Rio Ave-Marítimo e tive a sorte de ver em directo este golão:



(fonte: TVGolo)

O Marítimo perdia por 1-0 e este remate de Djalma evitou a primeira derrota de Carlos Carvalhal ao comando da equipa.

Também deste jogo achei curioso este vídeo:



Não pela jogada em si que não tem nada de especial, mas pelas coisas bonitas que se dizem na TV no nosso futebol. :)

IRC: Meeke domina em Curitiba

O britânico Kris Meeke dominou o primeiro dia do Rally de Curitiba de uma forma impressionante, ganhando todas as 7 classificativas e abrindo já uma vantagem de 48 segundos sobre os perseguidores. Resta saber se o seu Peugeot vai chegar ao fim - recordo que no Mónaco ele também impressionou, ganhando inclusivé a sua primeira classificativa de sempre na neve, até terminar com um aparatoso acidente.



Atrás dele, grande luta entre Giandomenico Basso (Abarth) e Nicolas Vouilloz (Peugeot), separados por 3 décimos de segundo. O piloto local Alejandro Cancio em Mitsubishi é o 4º classificado. Quanto aos outros pilotos regulares do IRC presentes, Freddy Loix (Peugeot) tem estado em queda, segurando no entanto o 5º lugar; enquanto que Anton Alen (Abarth) está em recuperação após um acidente na 3ª classificativa, ocupando de momento o 8º lugar mas já a 7 minutos de Kris Meeke.

Classificação:
Pos Driver Car Time
1. Kris Meeke Peugeot 50:47.0
2. Giandomenico Basso Abarth +48.6
3. Nicolas Vouilloz Peugeot +48.9
4. Alejandro Cancio Mitsubishi +1:03.6
5. Freddy Loix Peugeot +1:22.5
6. Victor Galeano Tomboly Mitsubishi +2:31.6
7. Oswaldo Scheer Mitsubishi +5:36.6
8. Anton Alen Abarth +7:52.9
9. Rafael Tulio Peugeot +8:22.2
10. Marcos Tokarski Peugeot +10:26.6

Foto retirada da galeria do site do IRC.

Fórmula 1: A primeira de muitas asas partidas

Com as regras a obrigarem as novas asas frontais a terem dimensões enormes, basta exagerar um pouco ao passar sobre um corrector mais alto para partir a asa. Foi o que Jarno Trulli fez ao seu Toyota num dos testes desta semana:



Vai ser engraçado ver o que é que acontece em circuitos com chicanes como Monza, ou com barreiras por todo o lado como o Mónaco e Singapura. Há quem preveja muitas asas partidas e acidentes horríveis com os carros a serem lançados sobre as asas - por enquanto estou relativamente optimista.

IRC: Quem vem ao Rally Vinho Madeira

Apesar de ainda faltar 5 meses para o Rally Vinho Madeira de 2009 entrar na estrada, o Autosport português noticia já hoje o interesse de um largo número de equipas e pilotos de topo, que têm brilhado no IRC ou em antigas edições do rali madeirense.



As equipas pretendem trazer mais carros que o habitual e espera-se as seguintes inscrições:

Abarth (oficial) - Anton Alen, Giandomenico Basso e Luca Rossetti.
Peugeot (oficial) - Freddy Loix, Nicolas Vouilloz e Kris Meeke.
Peugeot (Kronos) - Patrick Snijers.
Skoda (oficial) - Jan Kopecky e Juho Hanninen.
Skoda (A-Style Racing Team) - Enrique Garcia Ojeda, Andrea Aghini e Piero Longhi.

Até Agosto deve haver mudanças, mas para já é uma lista excelente. Aos recentes vencedores Basso e Vouilloz junta-se surpreendentemente o Snijers e o Aghini, veteranos que já venceram o Rally Vinho Madeira em várias ocasiões. Outro veterano é o Piero Longhi, que eu julgo que já esteve cá e conseguiu um pódio há muitos anos atrás. Garcia Ojeda, Loix, Rossetti são todos pilotos com experiência recente na Madeira; enquanto que a dupla da Skoda oficial tentarão balançar um carro aparentemente rapidíssimo com as dificuldades de se estrearem nos troços madeirenses. O Kris Meeke também é um piloto rapidíssimo, e o Anton Alen é conhecido por ser o filho do Markku Alen, estrela do Mundial de Ralis nos anos 80.

O IRC continua este fim-de-semana com a segunda prova do ano, no Brasil: o Rali de Curitiba, em piso de terra. Desta vez a Eurosport não vai transmitir troços em directo como fez em Monte Carlo, mas vai continuar a transmitir resumos. É um fim-de-semana de invasão do automobilismo internacional ao Brasil, porque não muito longe dali, no Autódromo Raul Boesel, também em Curitiba, disputa-se a primeira prova do ano do WTCC.

Fórmula 1: A análise de Mark Hughes aos testes

A ordem de performance das equipas de F1 para este ano continua difícil de adivinhar, com testes limitados, testes afectados por chuva e tempos muito próximos uns dos outros. O jornalista Mark Hughes escreveu um artigo para o site da ITV (canal de TV inglês), em que dá a sua opinião sobre o que se tem passado em pista, trazendo algumas novidades.



Após uma longa introdução em que Mark volta a explicar as dificuldades em analisar os testes, com equipas a rodar com mais combustível que outras; condições de pista que estão sempre a mudar; voltas em condições de qualificação que deturpam a lista de melhores tempos do dia por serem muito mais rápidas; e tipos de pneus muito mais rápidos que outros, Mark dá a sua ideia sobre quais as equipas mais fortes do momento. Segue-se a tradução da parte mais importante do artigo:

"Apesar de todas estas condicionantes, olhando às últimas semanas de testes em Jerez e no Bahrain, podemos ver alguns padrões que se têm desenvolvendo.

No Bahrain pareceu haver apenas cerca de 2 décimos de segundo entre a Ferrari, Toyota e a BMW, com as 3 equipas normalmente por esta ordem.

Quando estas 3 equipas juntaram-se às outras em Jerez, tornou-se claro que a Ferrari continuava em grande forma, que a Red Bull e a Williams estavam no mesmo grupo que a Toyota/BMW, e que a Renault pareceu estar algures no meio, um pouco mais lenta que a Ferrari, um pouco mais rápida que a Toyota e companhia.

A McLaren? Essa é a grande questão do momento.

Durante o teste anterior em Jerez - quando a Ferrari estava ainda no Bahrain - a McLaren pareceu ser a mais rápida das equipas em Espanha.

Mas estava a usar a asa traseira de 2008, que dá mais aderência aerodinâmica que a nova asa de 2009. Ninguém conseguia perceber exactamente porquê é que a McLaren estava a usar esta asa antiga.

Quando a asa de 2009 finalmente foi colocada no carro durante o teste desta Terça-Feira, os tempos do McLaren estavam algures na região do grande grupo de equipas - Toyota, BMW, Red Bull, Williams - mas definitivamente alguns décimos mais lentos que a Ferrari e a Renault.

No dia seguinte Lewis Hamilton passou muito tempo trocando entre as 2 asas. Parecia mais uma tentativa de resolver um problema que um programa de rotina.

Certas outras características também ficaram aparentes durante os testes:

Nas temperaturas mais frias de Jerez, a Ferrari demorava algum tempo até aquecer os pneus - um padrão que já temos visto durante estes últimos anos.

O Renault pareceu melhor a chegar à performance máxima logo que entrava em pista, mas durante stints longos a Ferrari pareceu muito forte.

A BMW foi outra equipa com um padrão de performance um pouco confuso, com muitos stints fracos logo antes de uma grande melhoria em velocidade, tal como nos testes do ano passado.

Todas estas equipas têm uma nova evolução das peças do carro pronta para colocar antes de Melbourne, e é previsível que estas evoluções venham mudar a ordem das equipas mais uma vez.

Com uma diferença aparentemente muito curta entre os carros, encontrar um décimo de segundo a mais que uma equipa rival pode significar subir de sexto para primeiro. A corrida de Melbourne vai ser das mais fascinantes de sempre."


Surpreendeu-me um pouco este texto, porque não tinha a noção de que a Renault estivesse tão forte, e estava com a sensação de que a Toyota tinha sido das melhores equipas senão a melhor equipa até aqui. De qualquer forma, boas notícias porque fica a ideia de que vamos ter uma época muito competitiva.

Fórmula 1: Primeiras fotos do Brawn em pista

Já está a rodar! Com a confirmação oficial da compra da ex-Honda por Ross Brawn apenas esta última noite, a equipa não perde tempo e já está hoje em Silverstone a fazer as primeiras voltas com o novo monolugar. Aqui ficam as primeiras fotos, sendo que a pintura do carro é ainda provisória (a definitiva só será apresentada na Quinta-Feira do fim-de-semana do GP da Austrália):







O carro terá motores Mercedes-Benz, numa parceria com a McLaren-Mercedes parecida à da Force India para esta época. Para além dos motores, a equipa também terá o sistema KERS da Mercedes, não podendo adaptar o seu próprio sistema KERS que a Honda estava a desenvolver, que era possivelmente dos mais avançados neste momento. Para conseguir esta parceria com a Mercedes, o rumor que circula é de que a Brawn GP recrutou o engenheiro Mike Gascoyne, famoso por ter estado envolvido no desenho de alguns dos melhores carros da Jordan e da Toyota, que estava em litígio com a Force India, última equipa que representou. Gascoyne concordou em abandonar o processo em tribunal contra a Force India, e em troca a equipa indiana permitiu que a Mercedes alargasse a parceria a mais esta nova equipa - a Brawn GP.

Fórmula 1: Honda passa a ser Brawn GP

Notícia de última hora confirmada esta noite: é agora oficial que a Honda foi mesmo comprada totalmente por Ross Brawn e irá chamar-se Brawn GP.



Os pilotos continuarão a ser Jenson Button e Rubens Barrichello, tal como se esperava.

Fórmula 1: Equipas propõem (muitas) regras novas

A associação de equipas de Fórmula 1 (FOTA - Formula One Teams Association) apresentou hoje (ou melhor, ontem, porque já passa da meia-noite), uma série de propostas para alterar ou introduzir novas regras na competição, numa conferência de imprensa hoje em Genebra. Aqui fica a longa lista de alterações e a minha opinião sobre elas:




Alterações técnicas para 2009:

* Aumento para cima de 100% na quilometragem de cada motor (8 motores por piloto por época)

Não sou grande adepto destas ideias de usar um motor para várias corridas, porque assim os pilotos poupam os motores em vez de puxar pelo carro. Mas isto já está em vigor (com menos corridas) e com a actual crise, percebo a ideia.

* Redução no uso de túneis de vento e CFD (dinâmicas de fluido computacionais)

Tudo bem, mas vão andar de computador em computador em tudo o que é edifícios da BMW e da Mercedes a ver se tão a processar alguma coisa para a F1? Parece-me impossível pôr isto em prática.

* Motores disponíveis a 8 milhões de euros por equipa por época

Penso que isto seja uma obrigação por lei de vender baratos os motores a outras equipas - medida um bocado comunista, mas eu percebo que é necessário.


Alterações técnicas para 2010:

* Motores disponíveis a 5 milhões de euros por equipa por época

* Caixas de velocidade disponíveis a 1,5 milhões de euros por equipa por época

Tudo bem, vem na mesma linha da medida anterior.

* Sistema KERS standard (posto a concurso público, com um preço de 1 ou 2 milhões de euros por equipa por época)

Quer dizer, estiveram a gastar um dinheiro absurdo este Inverno a desenvolver cada equipa o seu KERS, para daqui a um ano deitarem-no todos fora e ficarem com um KERS standard?! Ok, vai poupar custos, mas estas mudanças radicais de ideias não fazem sentido nenhum.

* Objectivo de uma redução extra de 50% dos custos com o desenvolvimento da aerodinâmica de 2009

Não percebi muito bem esta, mas ok.

* Número máximo de iterações (homologações) de desenvolvimentos de chassis, corpo do carro e aerodinâmica durante a época

Também não gosto de tudo o que diminua as possibilidades das equipas mais lentas "apanharem" as equipas mais rápidas durante o ano, mas tudo bem, é preciso reduzir custos.

* Proibição de uma grande quantidade de materiais exóticos, metálicos e compostos

Parece-me muito boa ideia.

* Sistemas de telemetria e rádio standards

Boa ideia, pode permitir que os espectadores saibam mais sobre as transmissões via rádio das equipas.


Alterações desportivas - as mais importantes - para 2009:

* Redução do limite de testes (50%)

Ver o que eu disse ali em cima sobre as homologações de chassis.

* Novo sistema de pontuação (12-9-7-5-4-3-2-1), para dar maior diferenciação/recompensa aos vencedores das corridas

Boa medida, embora eu não ache que venha fazer grande diferença. Mas é melhor que o sistema actual, e melhor que o sistema das "medalhas" que o Bernie Ecclestone queria.

* Quantidade de combustível no início da corrida, especificações de pneus e dados sobre os reabastecimentos, tornados públicos

Boa ideia - se fosse no fim da corrida. A única lógica do sistema de qualificação actual, em que o top 10 de pilotos faz as voltas com níveis de combustível diferentes, é trazer mais incerteza para a corrida. Sabendo-se desde início quem está pesado e quem está leve na grelha, torna-se tudo mais previsível e aborrecido de ver.


Alterações desportivas - as mais importantes - para 2010:

* Recomendação de um novo formato de qualificação

Por amor de Deus, chega de mexerem na qualificação! Só nestes últimos anos já devemos ter tido uns 6 formatos diferentes. O formato actual é óptimo, o sistema de eliminações faz com que a sessão seja interessante do início ao fim, dá mérito a quem é rápido, e baralha a grelha um pouco sem ser injusto. Quando é que eles vão perceber que o problema da F1 não está nos Sábados mas sim nos Domingos e na organização fora dos fins-de-semana de corrida?

* Novas oportunidades radicais para ganhar pontos (ex: 1 ponto no campeonato de construtores para quem fizer a paragem nas boxes mais rápida da corrida)

Isto é uma completa estupidez. A Fórmula 1 é um desporto para ver quem é o carro mais rápido na pista, não é um circo em que os mecânicos são os palhaços. O que é que vem a seguir, um ponto para a equipa que der a volta ao circuito mais rápida com o camião que transporta a tralha toda?

* Ainda maiores reduções nos testes (4 testes na pré-época de 4 dias com um único carro, mais um shakedown com um único carro)

Ver o que escrevi antes sobre testes.

* Redução da duração das corridas (250km ou um máximo de 1 hora e 40 minutos)

As corridas tão bem como tão agora, e historicamente elas até costumavam durar mais tempo. Acho uma medida desesperada para cortar custos e que não vale a pena, já que é cortar tempo de TV em que entra dinheiro da exposição dos patrocinadores. Má ideia e provavelmente a pior de todas as medidas anunciadas.


Alterações comerciais para 2009:

* Mais dados apresentados à comunicação social
* Explorar meios pelos quais a acção da F1 pode ser apresentada de forma mais informativa e dinâmica, usados em desportos como o ténis e o cricket, para melhorar a relação com o público
* Nomear um porta-voz para a TV das equipas durante a corrida
* Melhorar a experiência do consumidor nos sites das equipas e da FOTA
* Sessões de autógrafos de presença obrigatória dos pilotos durante os fins-de-semana de corrida


Boas medidas.


Alterações comerciais para 2010:

* Melhorar a experiência do consumidor nas transmissões de TV

Será que é desta que temos F1 em alta definição? Ou será que se referem ao que aparece no ecrã durante as corridas? O Autosport inglês mostrou uma série de esboços que se referem a isso:







Conclusão:

As equipas parecem estar a fazer um esforço desesperado para cortar os custos devido à crise, e grande parte destas medidas parecem-me boas ou inevitáveis. No entanto, no meio de tanta coisa, tinha de haver más notícias. Acho que reduzir o tempo das corridas é um erro para além de irritar os adeptos de F1, e andar a mexer na qualificação outra vez é absurdo. Dar pontos às paragens nas boxes é andar a gozar com quem vê a F1 como um desporto e não como um circo. Às vezes parece que esta gente está completamente desfasada da realidade, apesar de ser gente inteligentíssima que tem a responsabilidade de gerir equipas para algumas das maiores empresas do mundo.

Mesmo assim, se isto tudo for em frente parece-me melhor que muitas das ideias dos homens que verdadeiramente gerem a F1: Max Mosley e Bernie Ecclestone.