quarta-feira, 25 de março de 2009

Fórmula 1: As novas regras e outras novidades da F1 para 2009

O pessoal que acompanha a F1 de perto já conhece há muito tempo as novidades para 2009: muitas regras foram alteradas, o que resultou numa grande mudança na aparência dos carros, e provavelmente numa grande mudança na ordem das equipas, assim como mudanças na própria dinâmica das corridas. Para quem só se está a actualizar agora para acompanhar a primeira corrida do ano, que se disputa este fim-de-semana, fica aqui uma lista de todas as novidades desta época:

Carga aerodinâmica reduzida

A principal alteração para 2009 resulta da necessidade de facilitar as ultrapassagens: nos últimos anos, conforme os carros foram evoluíndo aerodinamicamente, eles tornaram-se cada vez mais sensíveis a qualquer variação no fluxo de ar que atravessa o carro, nomeadamente se outro carro estivesse à sua frente - um problema que se acentuava particularmente nas curvas rápidas.

Para resolver este problema, foi constituído um grupo de técnicos de várias equipas chamado Overtaking Work Group, e eles apresentaram uma série de regras novas (que foram aprovadas). A asa frontal dos carros de 2009 será muito mais larga que antigamente, a asa traseira será muito mais curta e alta, e foram proibidos uma série de "penduricos" que as equipas utilizavam para direccionar o fluxo de ar em certas direcções. Como resultado, os carros mudaram radicalmente de aparência:



(BMW Sauber de 2009 à esquerda, de 2008 à direita)

Para além disto, a asa frontal dos carros passará a ser movível, com os pilotos a poderem mudar o seu ângulo duas vezes por volta. Resta saber é se isto tudo irá trazer realmente mais ultrapassagens: é um dos grandes mistérios de 2009.

Pneus slicks

Outra novidade é o regresso dos pneus slicks, que tinham sido substituídos em 1998 por pneus com sulcos. O objectivo deste regresso é trazer mais aderência mecânica aos carros, substituíndo assim a aderência aerodinâmica que perderam com as alterações que eu mencionei anteriormente.

O ano passado as equipas tinham de utilizar obrigatoriamente dois compostos de pneus durante a corrida, e o composto mais mole dos dois tinha uma risca branca no sulco do meio para permitir uma melhor identificação por parte dos espectadores. Este ano, mantém-se esta regra, mas a Bridgestone irá trazer para cada corrida 2 compostos com diferenças mais radicais entre si; e como os pneus não têm sulcos, em vez duma risca branca a meio teremos um pneu com uma risca verde ao lado:



KERS

A maior dor de cabeça deste início de época para as equipas tem sido o KERS, uma nova tecnologia que foi permitida para 2009. Esta tecnologia aproveita a energia perdida durante as travagens, e liberta-a depois para dar aos carros mais potência nas rectas. Os pilotos é que decidem quando a libertar, através dum botão no cockpit, e o KERS poderá ser utilizado durante cerca de 6 segundos por volta.

Talvez sirva também para trazer mais ultrapassagens, mas para já o KERS traz problemas de fiabilidade, e de equilíbrio do carro: ao introduzir um novo sistema pesado, as equipas ficam com menos balastro para colocar onde quiserem e assim melhorar a distribuição de peso conforme a afinação e os gostos do piloto. Isto prejudica sobretudo os pilotos mais pesados - por exemplo a BMW já anunciou que na primeira corrida, Heidfeld irá usar o KERS, mas Kubica (que é mais pesado) não o vai, porque os cavalos extra não justificam o que perdem na distribuição de pesos.

Novas regras do safety car



Em 2008, foi introduzida uma regra que dizia que sempre que o safety car saía para a pista, as boxes fechavam durante 1 ou 2 voltas. Isto era para evitar que os pilotos fossem à velocidade de corrida para as boxes, o que traz vantagens estratégicas num período de safety car, mas é pouco seguro. O problema é que às vezes o safety car saía numa volta em que um carro ia ficar sem gasolina, e o piloto não tinha outra hipótese senão ir às boxes, mesmo com elas fechadas. Depois levava uma penalização extra, sem ter culpa nenhuma.

Para evitar esta situação algo injusta, e que transformou algumas corridas numa lotaria, em 2009 as boxes não irão fechar e os pilotos irão ter um tempo mínimo que terão de cumprir até terminar a volta, evitando a corrida desenfreada ao mesmo tempo que podem haver destroços na pista.

Outra coisa relacionada que aparentemente mudou, embora não haja muitas notícias sobre isto, é o limite de velocidade nas boxes durante a corrida: passou de 80 a 100 km/h.

Menos testes

Com a crise económica, tornou-se necessário diminuir os custos das equipas. É neste contexto que se decidiu proibir todos os testes durante a época, e foi também baixado o limite de quilómetros de testes na pré-época. Pode tornar as coisas bem complicadas para quem chegar à Austrália com um carro mau, porque agora só em Dezembro é que podem testar novos desenvolvimentos fora da competição.

Menos motores

Também para cortar custos, foi diminuído o número de motores que as equipas podem utilizar. Antigamente era 1 motor por cada 2 corridas, agora são 8 motores por época. Também foi baixado o limite de rotações do motor, que estava nas 19000 e baixou para 18000.

Nova equipa



Durante o Inverno, caíu uma bomba na F1 com a notícia de que a Honda ia abandonar a competição. Temeu-se que outros construtores de automóveis envolvidos com equipas, como a Renault ou a Toyota, fizessem o mesmo, mas por enquanto mais ninguém desistiu. A Honda acabou por ser comprada pelo engenheiro Ross Brawn, famoso pelo sucesso que teve na Benetton e na Ferrari com Michael Schumacher, e passou a ter o nome de Brawn GP. Os pilotos mantêm-se da Honda: Jenson Button e Rubens Barrichello.

Seria de esperar um carro fraco, já que a equipa só foi confirmada à última da hora, mas para surpresa de todos esta Brawn GP tem feito tempos fantásticos nos testes e chega à Austrália como favorito de muitos para vencer a corrida. No entanto, está envolta em polémica dado que o desenho do seu difusor é considerado ilegal por muita gente. E até agora não há notícia de que tenha algum patrocinador.

Novo piloto



Após uma época anormal, em que nenhum piloto foi despedido durante o ano, tivemos uma pré-época também muito calma em termos de trocas de pilotos. Apenas houve duas mudanças: David Coulthard retirou-se, passando Sebastian Vettel da Toro Rosso para a Red Bull ocupando o seu lugar; e para o lugar de Vettel, foi promovido o suíço Sebastien Buemi oriundo do GP2. Buemi é o único estreante que irá estar em pista no Grande Prémio da Austrália.

Nova pista



Também só há uma novidade em termos de pistas: a última prova será disputada no Dubai, no circuito de Abu Dhabi que neste momento ainda está a ser construído. Para compensar, a F1 perdeu o Grande Prémio do Canadá que era disputado em Montreal, e o Grande Prémio da França que era em Magny-Cours. Sendo assim teremos 17 provas em vez de 18.

GP2: Villa o único mais rápido que Parente

No último dia dos testes em Barcelona do GP2, Álvaro Parente manteve-se no grupo da frente, com um 2º lugar, mas Javier Villa da SuperNova surpreendeu e foi o mais rápido do dia.



Os tempos rápidos foram todos marcados na parte da manhã, já à tarde Parente ficou-se pelo 9º lugar e Pastor Maldonado foi o mais rápido com um tempo quase 2 segundos mais lento que os melhores da manhã. Ricardo Teixeira continuou também o seu teste, ainda e sempre em último.

Tempos:
Pos. Driver Team Tyres Time Laps
1 J. Villa Super Nova International Bridgestone 01:26.696 67
2 A. Parente Ocean Racing Technology Bridgestone 01:26.735 54
3 L. Di Grassi Racing Engineering Bridgestone 01:26.858 51
4 L. Filippi Super Nova International Bridgestone 01:26.882 51
5 R. Grosjean Addax Bridgestone 01:26.903 43
6 Roldan Rodriguez Piquet GP Bridgestone 01:26.913 55
7 G. van der Garde iSport International Bridgestone 01:27.026 50
8 K. Kobayashi DAMS Bridgestone 01:27.088 57
9 S. Perez Arden International Bridgestone 01:27.155 57
10 J. d`Ambrosio DAMS Bridgestone 01:27.247 76
11 N. Hulkenberg ART Grand Prix Bridgestone 01:27.316 72
12 A. Zuber FMS International Bridgestone 01:27.346 21
13 V. Petrov Addax Bridgestone 01:27.369 52
14 E. Mortara Arden International Bridgestone 01:27.525 50
15 M. Herck DPR Bridgestone 01:27.665 69
16 D. Valsecchi Durango Bridgestone 01:27.673 60
17 D. Clos Racing Engineering Bridgestone 01:27.699 66
18 J. Jakes DPR Bridgestone 01:27.796 58
19 A. Valerio Piquet GP Bridgestone 01:27.877 56
20 D. Rigon Trident Racing Bridgestone 01:27.899 72
21 N. Panciatici Durango Bridgestone 01:27.995 60
22 P. Maldonado ART Grand Prix Bridgestone 01:28.033 62
23 D. Nunes iSport International Bridgestone 01:28.127 52
24 K. Chandhok Ocean Racing Technology Bridgestone 01:28.273 58
25 L. Razia FMS International Bridgestone 01:28.609 66
26 R. Teixeira Trident Racing Bridgestone 01:29.728 56

Jogos: OnLive promete revolucionar mercado dos jogos

Na GDC 2009, uma conferência de empresa que desenvolvem jogos que está a decorrer esta semana em San Francisco, foi apresentada uma nova tecnologia que promete revolucionar o mundo dos jogos: o OnLive, um sistema que corre os jogos em computadores actualizados com o hardware mais recente num servidor central, e em que os utilizadores recebem as imagens e os sons dos jogos por streaming de vídeo.

Este pequeno vídeo explica as potencialidades do serviço:



E esta longa apresentação (de quase uma hora) mostra o sistema em funcionamento:



Confesso que não tive pachorra de ver tudo do início até ao fim, mas o pouco que vi foi impressionante. Eles conseguem pôr os jogos mais recentes a funcionar com o máximo dos gráficos, em televisões e em computadores com características fracas - graças a uma pequena caixinha que vai recebendo o streaming de vídeo. Tudo o que é preciso é uma ligação web de banda larga comum, com 5 Mbps necessários para receber jogos em alta definição (HDTV 720p). E os jogos não ficam com lag: eles afirmam no vídeo que a latência entre os inputs do utilizador e a recepção do vídeo é de apenas 1 milisegundo(!!). É mais do que suficiente para jogar FPSs e outros tipos de jogos multiplayer que necessitam de latências baixas.

É claro que isto obriga a uma rede alargada de servidores para as latências se poderem manter assim tão baixas, e as latências aumentam à medida que aumentam as distâncias entre as pessoas conectadas no servidor. E ainda não se sabe o preço do OnLive. Mas não é impensável que daqui a uns 10 anos em vez de andarmos sempre a comprar placas gráficas e computadores novos, o OnLive ou outro serviço do género trate disso por nós.