Fórmula 1: Polémicas, polémicas e mais polémicas
Depois de nos últimos dias ter havido uma confusão de todo o tamanho com a alteração do sistema de pontos em cima da 1ª corrida do ano, e depois o retorno ao sistema de pontos antigos, eis que a Fórmula 1 consegue atingir novos níveis de peixeirada nunca antes vistos. Esta semana, temos não uma, mas duas polémicas novas.
Os difusores
A primeira até era previsível. Eu não percebo quase nada da mecânica dos carros, por isso vamos lá ver se eu não me espalho a tentar explicar isto: com as regras de 2009, foram proibidas a colocação de uma série de peças aerodinâmicas nos carros, e foram alteradas as dimensões máximas de outras, com o objectivo de facilitar as ultrapassagens. Uma das peças que foi limitada pelas regras foi o difusor, colocado na traseira dos carros.
O problema é que as regras da F1 são tão complexas que abrem brechas que podem ser exploradas pelas equipas, e foi isso que algumas fizeram. Construíram difusores mais complexos que supostamente deviam ser permitidos, aproveitando a ambiguidade das regras. Dizia-se durante a pré-época que as 3 equipas que estavam nesta situação eram a Brawn, a Toyota e a Williams. Como se sabe, a Brawn em particular tem estado numa forma fantástica, e isso incomoda muita gente...
Agora um dos responsáveis da Red Bull, Helmut Marko, veio a público dizer que o desenho do difusor da Brawn é ilegal, que há 7 equipas que concordam que é ilegal, que o sistema beneficia o carro em pelo menos 5 décimos de segundo por volta, e que irá submeter um protesto aos comissários da FIA esta Quinta-Feira se alguém for para a pista com estes difusores. Espera-se uma grande novela este fim-de-semana sobre isto, e a legalidade ou não destes difusores pode interferir na decisão da vitória na corrida e na discussão pelo Campeonato Mundial.
Bernie Ecclestone, o Padrinho da F1
A segunda polémica é um pouco mais surreal. Bernie Ecclestone, o patrão dos assuntos comerciais da F1, veio revelar a público que recentemente o Flavio Briatore (patrão da Renault F1) e o Ron Dennis (ex-patrão da McLaren) entraram pelo seu gabinete a exigir pagamentos em atraso e a ameaçar boicotar o Grande Prémio da Austrália, caso ele não passasse imediatamente um cheque com o valor em dívida.
Bernie não cedeu, e supostamente respondeu dando ordem para cancelar os aviões que levavam todo o material para a Austrália. No final, as equipas acabaram por mandar os seus carros à mesma e não se julga que Bernie tenha pago o dinheiro. Bernie acaba as suas declarações à imprensa com uma ameaça às equipas que mais parece saída dos Sopranos ou dum filme do Padrinho: "Se eles vêm aqui ao meu escritório com uma pistola e me apontam à cabeça, eles que tenham a puta da certeza de que conseguem puxar o gatilho. E eles que também tenham a certeza que têm balas porque, se falharem, terão de ter cuidado."
Mas que é isto? Esta gente julga que são mafiosos? Já não chega de manobras políticas todas as semanas na imprensa com polémicas novas? Talvez eles pensam que criando polémicas, a F1 comece a atrair o interesse das pessoas (um pouco como as más arbitragens geram discussão sobre o futebol). O problema é que as pessoas que não seguem a F1 de perto não têm tempo nem paciência de sequer perceber metade das polémicas e das regras novas que estes senhores inventam a cada 5 segundos; e quem é adepto de F1 já está completamente farto de política, quer é saber dos carros.
Quem perde é mais uma vez o desporto.
1 comentários:
Noikee, não sei se sabes, mas estamos oficialmente em guerra civil. Especialmente depois da polémica do sisterma de pontos, agora temos quase a certeza que nem um lado (Mosley e o tio Bernie) nem o outro (os construtores) não se querem ver nem pintados a ouro. E ainda por cima temos um Acordo da Concórdia que pode não ser assinado, logo, quando o actual expirar (se é que já não expirou) eventualmente as equipas podem decidir fazer a mesma coisa que fez o Tony George na CART: criar um campeonato próprio.
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